O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, António Lopes, manifestou, esta quinta‑feira (3 de julho de 2025), a expectativa de que o processo relativo à instalação de uma central solar flutuante na albufeira do Cabril venha a ser definitivamente cancelado, na sequência do parecer desfavorável emitido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
António Lopes declarou à Lusa que espera “que o processo seja encerrado de vez” e sublinhou que a posição da APA representa uma vitória para os municípios envolvidos — Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra e Sertã —, bem como para o território em geral .Segundo o autarca, a decisão da APA assegura o desenvolvimento estratégico do concelho através do turismo, além de garantir a salvaguarda ambiental, a segurança e o bem‑estar da população e dos visitantes. A Câmara Municipal, na sua página oficial do Facebook, considerou o parecer o “corolário de um processo desgastante” e agradeceu o apoio da população, bem como das comunidades intermunicipais de Leiria, Coimbra e Beira Baixa. A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria também manifestou a sua posição, em publicação no Facebook, afirmando que o parecer da APA “representa um importante reconhecimento das legítimas preocupações” da população em torno dos potenciais impactos ambientais e socioeconómicos do projeto. A CIM classificou a decisão como uma “vitória para o território” e espera agora que o projeto sofra o cancelamento definitivo .O projeto prevê a instalação de 82 368 painéis solares flutuantes, com uma potência de ligação de 47,77 MWp, cobrindo uma área de cerca de 33,97 hectares, e com uma produção anual estimada de cerca de 73 799 MWh. A empresa responsável pela proposta é a Voltalia, que planeava implementar a central nos territórios dos concelhos de Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra e Sertã, com linhas elétricas aéreas que se estenderiam por outros municípios, como Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Penela. Este empreendimento tinha sido atribuído à Voltalia em abril de 2022, no âmbito de um leilão do Governo para exploração de energia solar em sete barragens portuguesas . Na altura, a empresa estimou que a central, com cerca de 33 hectares, forneceria energia verde suficiente para o consumo anual de aproximadamente 70 300 habitantes .