Bombeira admite ter provocado incêndio “por descuido” em Pedrógão Grande em 2024

Uma bombeira na reserva, com mais de duas décadas afastada do serviço ativo, confessou ter provocado um incêndio florestal em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, por descuido. O incidente ocorreu na manhã de 2 de junho de 2024, durante uma caminhada solitária realizada pela mulher na zona de Vale de Góis, uma área densamente arborizada daquele concelho, conhecida pelas suas paisagens de vegetação seca durante os meses mais quentes.

Segundo relatou em tribunal, a bombeira fumava um cigarro quando, inadvertidamente, encostou a ponta acesa a um conjunto de fetos secos, dando origem às primeiras chamas. Apesar de ter tentado, sem sucesso, extingui-las com os pés, rapidamente percebeu que o fogo se alastrava, levando-a a contactar a linha SOS Incêndios (117). A arguida assegurou ao coletivo de juízes que o incidente não foi intencional, mas sim fruto de um momento de desatenção.

Contudo, o Ministério Público apresenta uma versão mais grave dos acontecimentos. De acordo com a acusação, após o primeiro foco — que destruiu cerca de 200 metros quadrados de mato — a mulher terá acendido um segundo cigarro e, ao atirá-lo ao chão ainda incandescente, provocou um novo incêndio. Este segundo foco teve proporções mais significativas, consumindo aproximadamente 4.500 metros quadrados de floresta. As chamas ameaçaram diretamente uma vasta mancha florestal, um parque de campismo e até a própria habitação da arguida, localizada nas proximidades.

A pronta intervenção de 57 operacionais, apoiados por 16 veículos de combate e três meios aéreos, foi crucial para evitar uma tragédia de maior escala em Pedrógão Grande, concelho que ainda guarda memória dos incêndios devastadores de 2017.

Atualmente, a arguida encontra-se em prisão domiciliária e internada numa unidade de psiquiatria. Durante a primeira sessão do julgamento, realizada no Tribunal Judicial de Leiria, foi avaliada por uma enfermeira que confirmou estar em condições de ser ouvida em tribunal. Apesar disso, foi autorizada a faltar à próxima sessão, agendada para 2 de julho. O processo prossegue, envolvendo acusações de incêndio florestal com perigo para pessoas e bens, num território marcado pela sensibilidade e pelo trauma coletivo em torno dos fogos.

Imagem: DR

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