Entre o azul sereno do rio Zêzere e o verde das paisagens que envolvem a península de Dornes, ergue-se um dos mais emblemáticos monumentos templários de Portugal: a Torre Pentagonal de Dornes.
No concelho de Ferreira do Zêzere, este local místico e carregado de simbolismo tem vindo a afirmar-se não apenas como ponto de interesse histórico, mas também como um palco de inovação cultural e artística.

Recentemente, a torre acolheu a inauguração de uma experiência imersiva de videomapping, que convida os visitantes a mergulhar nas lendas e memórias que há séculos moldam o imaginário da região.

Projetada nas paredes da torre, esta narrativa visual — acompanhada por som, luz e movimento — recria episódios lendários ligados à história da torre e à devoção à Nossa Senhora do Pranto. Disponível em vários idiomas, a projeção noturna transforma cada visita numa viagem sensorial pelo tempo, unindo património e tecnologia de forma envolvente.

A experiência com a Torre foi enriquecida pela apresentação do espetáculo “Portal da Península”, com texto e encenação de Manuel Diogo, uma criação teatral que evoca a aura mágica e simbólica do local. A peça que acontece no próximo fim-de-semana, remete para a história de Dornes e para um alegado “portal do tempo” que se diz existir na península. Quatro personagens chegam a Dornes carregadas de malas e bagagens, prontas a embarcar para “o outro lado da margem”. No entanto, rapidamente se confrontam com uma questão fundamental: o que será necessário para conseguirem passar? E mais ainda: o que terão estas personagens de largar para atravessar esse limiar?

Assim, Dornes afirma-se como um ponto de encontro entre o real e o simbólico, oferecendo aos visitantes não apenas a contemplação da sua beleza natural, mas também uma imersão sensível na sua herança mítica. Um lugar onde se revive a história, se atravessam portais — e se regressa, inevitavelmente, transformado.