Assinalam-se esta quinta-feira, 3 de julho, 175 anos do nascimento de Alfredo Keil, reconhecido como o autor do hino nacional português, A Portuguesa.
A data tem sido marcada por diversas iniciativas culturais que destacam a importância da sua obra artística e musical para a história de Portugal.
Nascido em Lisboa em 1850, Alfredo Cristiano Keil era filho de um alfaiate alemão da corte portuguesa e de uma mãe de origem alsaciana. Estudou pintura na Alemanha, onde foi influenciado pelo romantismo, estilo que viria a dominar a sua produção artística. A sua pintura, centrada em paisagens, cenas íntimas e interiores, valeu-lhe distinções em exposições internacionais, incluindo Paris e Madrid.Paralelamente à pintura, destacou-se como compositor. Keil foi responsável por várias óperas, entre elas Donna Bianca (1888) e Serrana (1899), considerada a primeira ópera portuguesa de grande sucesso. No entanto, foi a composição de A Portuguesa, em 1890, que lhe garantiu um lugar de destaque na memória coletiva nacional.

A canção, escrita em resposta ao Ultimato Inglês, tornou-se símbolo da resistência patriótica e foi oficialmente adotada como hino nacional após a Implantação da República, em 1911. Além das artes plásticas e da música, Alfredo Keil foi também poeta, arqueólogo e colecionador. Reuniu uma vasta coleção de instrumentos musicais e publicou ensaios sobre arte e cultura, refletindo a sua paixão pelo conhecimento e pela identidade portuguesa.Alfredo Keil faleceu em Hamburgo, Alemanha, em 1907. O seu legado permanece presente em museus, escolas, praças e, sobretudo, no hino que diariamente ecoa em cerimónias oficiais e momentos de celebração nacional.

É de Ferreira do Zêzere, a primeira filarmónica que tocou o hino nacional
A primeira Filarmónica que tocou “A Portuguesa” foi a atualmente identificada como Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense.

No início da existência desta coletividade e devido à falta de sede própria, a Associação Recreativa e Filarmónica Frazoeirense passou por vários edifícios provisórios na localidade, o que originou o extravio de documentação.
Assim a 05/09/1862, 21 anos depois da Filarmónica Frazoeirense ter sido fundada, participou nas festas da Srª da Guia do Avelar, notícia do Jornal O Alvaiazerense que refere a Filarmónica Frazoeirense.Em 1891, Alfredo Keil ao passar férias na pensão D. Aninhas em Besteiras, dirigiu-se à Filarmónica para ouvir a música que acabara de escrever “A Potuguesa”, que em 1910 foi adotada Hino Nacional.
Outra data que é oficial são os Estatutos da Filarmónica Carrilense, que ao ir para o Carril, terá mudado de nome, estatutos esses com data de 1909. Em 01/04/1943, muda-se para outra sede provisória pertencente à quinta e Solar da família Granado Cotrim Carvalho e Vasconcelos (mais conhecida casa Visconde de Tinalhas data 1748).A Filarmónica voltou para a sua origem cujo nome voltou a ser alterado por Assembleia Geral em 13/04/1958 passando a denominar-se Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense.

Vemos acima a imagem atual da Casa de Ensaio da antiga Filarmónica Carrilense, agora denominada Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense.
Entretanto, o Município de Ferreira do Zêzere já anunciou que Alfredo Keil terá uma Sala/Museu com parte do seu espólio, no Centro Cultural com o seu nome – Alfredo Keil, em Ferreira do Zêzere.
Pesquisa realizada através de vários registos digitais nomeadamente na plataforma Mais Ribatejo