O Governo está a procurar soluções para compensar a ausência de cinco meios aéreos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025, que previa um total de 79 aeronaves.
A poucos dias da entrada em vigor da fase Delta, a mais crítica do dispositivo (entre 1 de julho e 30 de setembro), ainda não foi possível garantir todos os meios previstos.Segundo o secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, a situação deve-se, em grande parte, ao concurso público promovido pela Força Aérea que ficou deserto, impedindo a contratação atempada dos cinco meios em falta. A região do Alentejo é a mais afetada por esta ausência. Para mitigar o impacto, o Governo planeia deslocar um meio aéreo atualmente em manutenção, em Arcos de Valdevez, para a região de Portalegre. Além disso, está a ser preparado um novo concurso público com caráter urgente, de forma a garantir os meios inicialmente previstos no DECIR 2025.Como reforço, Portugal contará também com dois aviões médios anfíbios Fire Boss, do mecanismo europeu de proteção civil rescEU, prontos para intervir em situações extremas e quando a capacidade nacional for insuficiente. Este reforço representa um investimento de cerca de 2,6 milhões de euros, financiado em 75% pela Comissão Europeia. Questionado sobre o relatório da AGIF relativo aos incêndios de 2024, que identificou fragilidades no sistema de comando e controlo e na cooperação entre entidades, Rui Rocha afirmou ainda não ter analisado o documento com a atenção necessária.

Imagens atuais do Aeródromo Municipal de Ferreira do Zêzere, cedidas pelo Serviço Municipal de Proteção Civil